Não é uma brincadeira, nem nenhuma informação falsa. O Canal 9, estação de televisão pública de Valência, despediu 843 profissionais via email. Os despedimentos surgem numa altura de profunda crise financeira em Espanha que os meios de comunicação acompanham igualmente. Do processo de despedimento colectivo, apenas 324 postos se vão manter a um prazo desconhecido.
Tal como noticiou o jornal espanhol El Mundo, pelas dez da manhã de sábado, os funcionários da estação televisiva foram apanhados de surpresa quando verificaram a notificação de despedimento por email. Esta situação, além da revolta que gerou perante os trabalhadores do canal, compromete ainda a maioria dos programas, uma vez que os poucos profissionais que ficaram não devem conseguir preencher todas as grelhas de programação. Os funcionários culpam o Partido Popular por este golpe e afirmam estar em causa a essência do serviço público televisivo.
Se isto pega moda em Portugal, não tardará muito que o patronato comece a desenvolver um email modelo de despedimento. A questão que se coloca, além da perca dos postos de trabalho, concentra-se na ética profissional destas questões formais. Um despedimento nunca é um momento fácil, muito menos quando acontece com este avultado grupo de números. Mas receber uma notificação destas por email deve ser uma sensação de desacreditação total de uma empresa para a qual se ofereceu todo o seu trabalho e dedicação. Da mesmas maneira que se exige dos funcionários ética e rigor profissionais, também se deve exigir do patronato. Não deve ser permitido este jogo de desrespeito para com os trabalhadores. Uma decisão destas devia, no mínimo, ser comunicada em plenário com todos os membros envolvidos ou ser comunicada a um porta-voz que posteriormente se reunisse com todos para transmitir essa decisão.
Fica pelo menos o alerta de que situações destas se estão a passar no país vizinho. Esperemos que em Portugal não venham a surgir casos destes.
Ver a notícia no El Mundo.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Jornalistas espanhóis despedidos por email
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
A Fraude na SIC Premium
A SIC e a SIC Notícias estão a emitir em canal aberto uma Grande Reportagem de quatro episódios sobre a fraude do BPI.
Como não tive oportunidade de assistir ao episódio de hoje, fui consultá-lo posteriormente no site da SIC Notícias. Eis senão quando me deparo com este bloqueio de conteúdo que não me permite ver aquilo que toda a gente viu em horário nobre. Para assistir a esta reportagem tenho de concordar com os Termos e condições do serviço SIC Premium, um serviço onde se podem consultar conteúdos da SIC.
Ok... Porquê o bloqueio de um conteúdo que foi tornado público no próprio canal de televisão? Ah, e nada de histórias sobre propriedade intelectual pois existem formas mais eficazes de impedir a reprodução de cópias ilegais de um video. Este serviço premium, que exige um pagamento transformado em créditos para aceder a determinados conteúdos e programas, já emitidos e visualizados por milhares de pessoas, tem realmente uma verdadeira anatomia de um golpe.
Portanto, quem não aderir a este serviço não vai assistir a estes conteúdos. Ou seja, vai influenciar uma pessoa a assistir à reportagem no horário nobre, primeira transmissão, ou no horário de repetição, no outro canal de notícias. Grande jogo de audiências, diria eu. Mas, embora só tivesse conhecimento deste serviço agora, pelos visto já existe há mais tempo.
À SIC e SIC Notícias, como canais privados, não lhes chegam as receitas publicitárias? Parece-me que se está a estabelecer aqui uma relação um bocado perigosa entre os meios de comunicação privados e os internautas. O financiamento destes conteúdos são então pagos a dobrar: publicidade e telespectador-internauta? Ora, isso não me parece nada sensato, pois apesar de ser efectivamente uma estação televisiva privada, o serviço de venda destes materiais informativos ocorre no seu site informativo público e gratuito. Há, por exemplo, jornais online que adoptaram o sistema (legítimo) de vender artigos, e ao final do dia disponibilizam-nos publicamente. Mas neste caso, privatizar conteúdos informativos que já foram de usufruto público não faz sentido nenhum.
E a ERC não se prenuncia sobre isto?
Como não tive oportunidade de assistir ao episódio de hoje, fui consultá-lo posteriormente no site da SIC Notícias. Eis senão quando me deparo com este bloqueio de conteúdo que não me permite ver aquilo que toda a gente viu em horário nobre. Para assistir a esta reportagem tenho de concordar com os Termos e condições do serviço SIC Premium, um serviço onde se podem consultar conteúdos da SIC.
Ok... Porquê o bloqueio de um conteúdo que foi tornado público no próprio canal de televisão? Ah, e nada de histórias sobre propriedade intelectual pois existem formas mais eficazes de impedir a reprodução de cópias ilegais de um video. Este serviço premium, que exige um pagamento transformado em créditos para aceder a determinados conteúdos e programas, já emitidos e visualizados por milhares de pessoas, tem realmente uma verdadeira anatomia de um golpe.
Portanto, quem não aderir a este serviço não vai assistir a estes conteúdos. Ou seja, vai influenciar uma pessoa a assistir à reportagem no horário nobre, primeira transmissão, ou no horário de repetição, no outro canal de notícias. Grande jogo de audiências, diria eu. Mas, embora só tivesse conhecimento deste serviço agora, pelos visto já existe há mais tempo.
À SIC e SIC Notícias, como canais privados, não lhes chegam as receitas publicitárias? Parece-me que se está a estabelecer aqui uma relação um bocado perigosa entre os meios de comunicação privados e os internautas. O financiamento destes conteúdos são então pagos a dobrar: publicidade e telespectador-internauta? Ora, isso não me parece nada sensato, pois apesar de ser efectivamente uma estação televisiva privada, o serviço de venda destes materiais informativos ocorre no seu site informativo público e gratuito. Há, por exemplo, jornais online que adoptaram o sistema (legítimo) de vender artigos, e ao final do dia disponibilizam-nos publicamente. Mas neste caso, privatizar conteúdos informativos que já foram de usufruto público não faz sentido nenhum.
E a ERC não se prenuncia sobre isto?
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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Superar-se a si mesmo
Hoje partilho convosco um artigo que achei muito interessante, motivador e útil em qualquer etapa da nossa vida.
"O ciclo vicioso da ousadia"
Superar os nossos medos e os nossos sonhos, nem sempre é uma tarefa fácil. Por vezes estamos longe do objectivo e a solução mais fácil parece ser a desistência. Porém, há que reavaliar não só aquilo que queremos como também aquilo que somos, como forma de perceber quais são as etapas que precisam ser alcançadas e ultrapassadas.
Desafiem-se e sejam os vossos próprios lideres.
Vale a pena tentar!
"O ciclo vicioso da ousadia"
Superar os nossos medos e os nossos sonhos, nem sempre é uma tarefa fácil. Por vezes estamos longe do objectivo e a solução mais fácil parece ser a desistência. Porém, há que reavaliar não só aquilo que queremos como também aquilo que somos, como forma de perceber quais são as etapas que precisam ser alcançadas e ultrapassadas.
Desafiem-se e sejam os vossos próprios lideres.
Vale a pena tentar!
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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Aguenta com esta, ó Ulrich!
"Se os sem-abrigo aguentam porque é que nós não aguentamos?" - Fernando Ulrich, presidente do BPI
Não fosse esta frase ser totalmente descabida e de um nojo inexplicável, tinha passado despercebida por entre as várias asneiras que o senhor tem dito nos últimos tempos.
É preciso fazer-lhe recordar que estamos em pleno século XXI. Sei que a sua área profissional pertence à economia e às finanças, o que em senso comum lhe chamamos de «números», mas já alguma vez ouviu falar de um documento importantíssimo chamado "Declaração dos Direitos do Homem"? Eu sei que não pertence à área das letras, e que não faz nada o seu género, mas no artigo 2.º desta declaração explicitam-se, muito claramente, direitos que a todo o ser-humano pertencem e que o senhor não se deve ter lembrado (será que alguma vez ouviu falar?) quando literalmente os atropelou na sua intervenção. Pois se não se recorda, passo a citar: "Art. 2.º (...) Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão".
Estará recordado agora? É que propriedade é um direito. Como ousa referir os sem-abrigo como exemplo de equilíbrio para a economia portuguesa? O uso que deu à condição de sem-abrigo deveria ser punida, pois o senhor está a querer colocar todos os cidadãos portugueses na mesma situação, sem um pingo de vergonha, em vez de ajudar com os brutais milhões de lucro que obteve com os juros dos impostos que os portugueses pagaram e pagam todos os dias para que o seu banco estivesse hoje recapitalizado e em alta.
Só pode estar a ter alucinações. Pois eu tenho a solução para o seu problema. Já que não se importa de aguentar a austeridade, sugeria-lhe que realizasse uma espécie de intercâmbio cultural. O primeiro passo poderia começar por dividir o seu mísero salário com todos os sem-abrigos e, em seguida, oferecer-lhes o seu tecto. E para que fosse uma experiência mesmo à séria, passaria a dormir ao relento, ao frio e à chuva, procurando comer pelos latões do lixo da cidade. Parece-me inesquecível, e vejo que está cheio de vontade de se aguentar à bronca.
Pois força, de certeza que todos o apoiariam. Só não se esqueça de uma coisa ainda mais importante que tudo isto: durante esse intercâmbio pelas ruas de Portugal, aprenda a ser humilde e, sobretudo, a não dizer nem pensar mais asneiras destas.
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