A SIC e a SIC Notícias estão a emitir em canal aberto uma Grande Reportagem de quatro episódios sobre a fraude do BPI.
Como não tive oportunidade de assistir ao episódio de hoje, fui consultá-lo posteriormente no site da SIC Notícias. Eis senão quando me deparo com este bloqueio de conteúdo que não me permite ver aquilo que toda a gente viu em horário nobre. Para assistir a esta reportagem tenho de concordar com os Termos e condições do serviço SIC Premium, um serviço onde se podem consultar conteúdos da SIC.
Ok... Porquê o bloqueio de um conteúdo que foi tornado público no próprio canal de televisão? Ah, e nada de histórias sobre propriedade intelectual pois existem formas mais eficazes de impedir a reprodução de cópias ilegais de um video. Este serviço premium, que exige um pagamento transformado em créditos para aceder a determinados conteúdos e programas, já emitidos e visualizados por milhares de pessoas, tem realmente uma verdadeira anatomia de um golpe.
Portanto, quem não aderir a este serviço não vai assistir a estes conteúdos. Ou seja, vai influenciar uma pessoa a assistir à reportagem no horário nobre, primeira transmissão, ou no horário de repetição, no outro canal de notícias. Grande jogo de audiências, diria eu. Mas, embora só tivesse conhecimento deste serviço agora, pelos visto já existe há mais tempo.
À SIC e SIC Notícias, como canais privados, não lhes chegam as receitas publicitárias? Parece-me que se está a estabelecer aqui uma relação um bocado perigosa entre os meios de comunicação privados e os internautas. O financiamento destes conteúdos são então pagos a dobrar: publicidade e telespectador-internauta? Ora, isso não me parece nada sensato, pois apesar de ser efectivamente uma estação televisiva privada, o serviço de venda destes materiais informativos ocorre no seu site informativo público e gratuito. Há, por exemplo, jornais online que adoptaram o sistema (legítimo) de vender artigos, e ao final do dia disponibilizam-nos publicamente. Mas neste caso, privatizar conteúdos informativos que já foram de usufruto público não faz sentido nenhum.
E a ERC não se prenuncia sobre isto?
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